Aflição e angústia
Cai sobre mim o fardo doloroso da angústia
Tribulações vindas de vários ângulos
Sem que se possa especificar o peso da aflição
Sendo assim, sou corroído a cada abertura dos olhos.
Omito o meu sofrimento a todos que me convém
Não quero a infelicidade daqueles que me sorriem
Nada podem fazer para clarear o meu túnel sem luz
Afinal, a minha caminhada está sombria.
A cada passo procuro me isolar sem deixar pistas
Afogo-me em lágrimas de desgraça e de dor
Não luto com armas convencionais
Nem me socorro de terapias alternativas.
Este fardo doloroso encontra em mim o transporte
Carrego-o por distâncias inimagináveis
E até suporto a sua fastidiosa tormenta
Que me joga no mais fundo dos poços.
Não cabe a eu julgar se mereço tal tristeza
Segura e persistente
Aliás, a ninguém cabe este julgamento
E apenas resta o consolo de estar vivo
Poder tragar até o filtro do cigarro
Debruçar sobre os papéis em branco
E versejar o sentimento dos aflitos.
Eis o momento em questão...