Os moralistas
Figuras patéticas esses moralistas
São regados de tal zelo e se apresentam com tal escrúpulo
Que me enojo somente em olhá-los:
Pudores para isso
Recato para aquilo
Bibelôs em cristaleiras
“Um faz de conta”, cercados por aparência e refinamento.
Expressam-se de maneira requintada
Os verbos nas suas devidas conjugações
Tapam um olho
E com o outro, infernizam o que vêm.
Chatos e escandalosos
Ritual pudico da falsidade
Santos canonizados por fora
Bestas do apocalipse por dentro.
Ora! Um brinde ácido aos moralistas…