Nu para o universo
Neste quarto, dispo-me para o universo
Viajo calado e ouvinte
Sentado à cama…
Absorvo cada gota de lágrima que percorre o interior já morto
São riachos de pura melancolia
Sabor de sal…
Resta-me ouvir as vozes do universo
Que soam como trovões aos meus ouvidos
Aceleram meu processo de desintegração
Morto
Apenas águas que passam…
Neste quarto, dispo-me para o universo
E aguardo o momento
Não há necessidade de me proteger…
As lágrimas percorrem cada célula do corpo já debilitado
Retirando até a última energia vivente
E então, entrego-me, nu para o universo…