Pano de fundo
Um pano de fundo preto emoldura a minha cega visão...
Os movimentos que cortam tal paisagem
Mostram-se ativos, elétricos e ecléticos
E sou solícito aos passageiros
Que teimam em cruzar tal encruzilhada de dissabores.
Meus gestos são transparentes
Mas não se parecem com um quadro-negro
Negro!?
A falta de apetite me faz tremer de frio a barriga
Nem mesmo assim me concentro em alimentos perecíveis
E de validade duvidosa.
Um pano de fundo preto emoldura a minha cega visão...
Repito “chavões” do romantismo clássico
Incorporo eternos sofredores
Minha mente insana
Meu corpo insano
Sociedade de uma empresa falida
Instituição desavisada.
Um pano de fundo preto emoldura a minha cega visão…
Tropeço nas minhas convicções
Desamparado e sem o cão-guia
Apenas um pano de fundo preto...