Quarenta e oito metros

Que visão decadente

A quarenta e oito metros do chão...

São pequenas imagens distorcidas

Enormes objetos minúsculos andarilhos do corredor

Um corre-corre de formigas operárias

Pagas apenas com alimentos de papel

E são turvos os seus ingredientes…

Que visão decadente

A quarenta e oito metros do chão...

Penso em me aproximar

Voar um vôo sem asas

Fechar os olhos e me jogar na imensidão

Pois não me conforta estar aqui

Pendurado por correntes de aço que me amarram

E me prendem do lado oposto do fosso…

Que visão decadente

Que vida ausente

A quarenta e oito metros do chão...