Visão coberta de razão
Tua visão estava coberta de razão
Tinhas algumas letras ao teu lado
Um pouco de lucidez
E às vezes, juízo insano.
Foste tragada pelos verbos e adjetivos
Método clássico do que chamam paixão…
O frio se confundia com o calor
Permitia-se trancar as portas
E deitar sobre o leito dos prazeres…
A tua emoção se confundiu com os verbetes
Ficaste inerte diante do som das palavras
Buscavas refúgio na tua consciência
E ela dizia a ti para sair
E tu ficavas… Quando as feridas foram aparecendo
Todos os bálsamos que usavas só adiava a fatalidade.
Tiveste um segundo de bom senso
Viste a insegurança e a intranqüilidade que terias:
Os primeiros pingos d’água surgiram
Mas nem com isso sucumbiste
Pois estavas lúcida e convicta.
Fugiste no instante apropriado
Enfim, tua visão estava coberta de razão...