Tormentas
Tirar os monstros sagrados de dentro do cofre do meu coração
Repatriá-los, e colocá-los em evidencia
Dissecar cada célula maldita
Vomitar as bichas, ruminar o vômito
E então, acabar com aquilo que resta de mim.
Cadáveres putrefatos
No entanto, me coloco frente a frente ao espelho
E o que vejo? Apenas mais um homem
Que sabe onde está o sol e a lua.
Tentam me fazer crer que não os vejo
Mas eu não quero ter dor nas costas
Tampouco nos dentes.
Tentam me fazer crer que não os ouço
Mas, eu só quero conversar com o guarda
Pedir-lhe uma informação qualquer
Estudar a lição
As notas, não me importam.
Tentam me fazer crer que repasso o que me passam
Que desdenho a responsabilidade
Paro na contramão, estaciono em local proibido
E então, levo a multa, e no dia do vencimento, pago…
Por tudo isso, não tentem me fazer crer
Pois o que sou, sou…
Não crio monstros em cofres
Tenho horror aos vômitos
E todos os cadáveres merecem meu respeito
Sou apenas mais um…