Salve-se

Moleques de rua

Delírios na calçada

O trem que faz barulho infernal

E o inferno que mora ali ao lado.

Noções do vento e da chama

Que chama os delírios do moleque

Cheiro, choro e chagas.

Vitrine para o mundo aí de fora

Televisão, escuridão e medo

Sirenes, muitas sirenes e luzes de ninguém.

O mártir é aquele que não morreu neste inferno

O covarde é aquele que nasce no paraíso.

Vida do chão e no chão…

Canalhas e navalhas de fio

O fio que é o pavio do mundo (quando será?)

O cheiro, o choro, as chagas…

A morte na realidade é clara

E mais clara é a claridade das trevas

Cheiro, choro e morte…