Veraneantes
VERANEANTES
Por que vieste ouvir o mar com os olhos poisados sob a sombra! Estendo o corpo no areal e escuto a voz dos teus lábios silentes na dor do vento, na dor unida aos nossos lábios póstumos. Toco-te com a incerteza da água que corre pela vida até às pedras inflamadas na luz de uma outra hora. Escrevo todas as palavras possíveis no areal - onde estarei no dia em que há-de permanecer o teu rosto no perfume do ar: desta praia agora deserta.