POEMA DO PERDEDOR
Mesmo com a eminência da derrota
O perdedor ainda crera no triunfo.
Talvez por acreditar em falsos sábios
Que na sua ignorância só abonam o lucro,
Quiçá por gabar-se de seu instinto
Que por ora estava faminto de diminuição.
E mesmo se a vitória viesse por milagre
O sorumbático perdedor não saberia
O que fazer com tal troféu,
O pobre moço de aparência esquelética
Não estava preparado para dividir
A sua cretina vida com quem quer que seja.
E existe quem pense que ele chorou,
Que rompeu a madrugada aos soluços,
Pensando que a vida, somente contigo,
Não haveria de ser justa.
Mas não.
O derrotado se viu como vencedor,
Pois depois de tanta angústia
Conseguira a virtude que tanto sonhava;
A coragem.