Dor de dente
Tantos calafrios na madrugada
Frios que saem das enormes crateras
Percorrendo instintivamente o sistema nervoso.
O esmalte já não produz o efeito desejado
Cada alimento é devidamente armazenado
Sem passar por controles alfandegários
Ou mesmo pelo controle de qualidade.
São induzidos a ocupar cada espaço vazio.
Nem o fio de nylon
Executa o seu devido papel.
Os sabores de menta
Hortelã ou sem sabor
Intensificam o calafrio
Os frios que saem das enormes crateras.
A cada vento que sopra
É um ato contínuo de psicose
Um temor pelos ares
Ou até pelo hálito.
Hábito de prevenir
Ou mesmo de precaver.
O momento de maior aflição
Num copo de água gelado
Que sai mansamente da garrafa
Penetra sem alarde copo adentro
Fica ali parada, sem ação
Pronta para ser ingerida
E lá vai ela goela abaixo
Nunca sem antes deixar de penetrar
Em cada buraco
Outrora reservado para as placas de platina
Cuidadosamente encravadas nas crateras.
Oh! Sim
Lá vai a água gelada
Deslizando suavemente, calmamente
E então,
Calafrios na madrugada...