Aguarde!

O que represento, não representa mais nada pra você

O que penso, nada significa, não tem peso.

Não lhe culpo, pois você olha apenas a realidade

Dos olhos concretos, sem palavras ou justificativas

Mas é cônscio, sabe.

Meu estímulo não lhe estimula, não tem peso

Mas não lhe culpo, pois sou a mesa virada

O avesso do retrato

E a insegurança estampada na cara.

Você sofre por eu não ser, por eu não ter

Mas sou apenas o que sou

E você é cônscio, concreto.

Não lhe culpo e sei que sofre calado

Não tem em mim uma colheita farta

Nem posição, nem posicionamento.

Não posso, não devo e não quero me justificar

Posso apenas ser, devo apenas ser

Quero apenas ser, apenas ser...

Você me observa

E até me olha atento e com atenção redobrada

Mas não se culpe, pois ainda serei um ser

E sei, você gostará...