Nem só de alma
Eu poderia ficar aqui para sempre
Afinal, cair no abismo é bem mais fácil
Talvez sentar num banco possibilitaria a lucidez
E me envolveria em achados, não os perdidos
Mas os esquecidos.
Por que o para sempre é para sempre?
Por que o para nunca é para nunca?
Então, é mais cômodo encostar-se ao poste
Ou mesmo agarrar na árvore
Segurar no galho
E andar no corrimão...
Com os pés na calçada, no chão
E as mãos segurando o galho…
É difícil entender o nada
Se não existisse um caminho até o tudo
E como explicar o tudo
Se o caminho não existe?
Não seriam estes os caminhos para o tudo
Bastaria parar o tempo
E talvez o nada representasse o tudo…
Abismo, banco e postes
Árvore, galho e corrimão
Pés, mãos e chão...
Basta olhar-se e ver
Emaranhado de situações
Que o verbo nos falou…
Queria crer
Que mais simples que o complicado não existe
Enfim, nem só de alma vive o homem...