CANOA A REMO

Convidei Tião Pequeno

Pra ir de canoa a remo

Até a ponta do Araçá.

Pra pescar umas tainhas

Que comiam manjubinhas

E se punham a pular.

Molhei as mãos na maré

Fiz o sinal da fé

E saímos para o mar.

A tarde estava quente

Daquelas que faz a gente

Derreter de transpirar.

Da proa Tião falou:

Vamos virar vapor

Antes de chegar lá.

Respondi de prontidão:

Está com medo Tião?

Ou preguiça de remar?

Chegamos ao pesqueiro

Encharcados por inteiro

Por causa da viração.

Pra tirar a água com a cuia

Feita de pau de imbuia

Me virei como um pião.

O cardume era grande

Como um grupo de elefante.

Até eu me assustei.

Falei pra Tião Pequeno,

Vamos por forçar no remo,

Pra cercar de uma vez.

Cercamos o cardume,

Deixando as manjubas imunes,

Pelas malhas escapar.

As taínhas encheram a canoa,

Da popa até a proa,

Não dava nem pra sentar.

Quando chegamos à praia,

Não tinha palma nem vaia,

Não encontramos ninguém.

Fizemos uma fogueira,

Assamos uma inteira,

Juntos dissemos amém.

Depois que fizemos à festa

Vendemos pra ONO PESCA

Toda taínha pescada

Mas guardamos como prova

Uma taínha, com ova,

Pra fazer uma caldeirada.

Poeta dos Mares
Enviado por Poeta dos Mares em 06/07/2008
Reeditado em 19/07/2008
Código do texto: T1066900
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