A morte de um amigo

Lá estava seu corpo estendido

Sei que antes dormia de bruços

Não me lembro de vê-lo com tais vestuários

E é insano vê-lo tão apertado.

Apreciava flores, embora apenas nos seus pés

E muitas carpideiras choravam, e choravam

Não sei se por você, mas elas choravam

E você não precisava de lágrimas

Necessitava de seu sangue fluindo.

Organizei um almanaque de novas piadas

Sei que não se importaria

Mesmo sendo você o motivo principal de tal pilhéria

E vi até um sorriso em seus lábios.

A tal da vida é uma sandice

Ontem, você caminhava e sorria

Hoje, está estático e sisudo.

É mais sério que todos pensam

Um corpo em estado de putrefação

E os humanos filosofando e crendo

Ali, um animal se decompondo.

Resta esperar

Mais um corpo estendido

E muitos óculos escuros...