O sol (o dia)

Surge um pouco da luminescência

no manifestar da suave alvura

e vai-se esvaindo minha dormência

mas quase sobre tortura.

E enquanto a noite discreta recua,

o brilho do sol transpassa a janela,

ele se acomoda onde antes estava a lua

e menoscaba o papel dela.

É um orgulho infame que ele porta

não nos permite olhar, o olho arde,

e parece mesmo é que mal se importa

com a nossa vista sensível e covarde.

E os caminhos do dia se seguem

junto com o alvorecer que ele nos entrega

e todos decerto ao fim se despedem

logo quando seu favor se encerra.

E então à noite por saudade,

pomos um lustre de certa luz,

que percebemos com tamanha piedade

que nem de longe, como o sol reluz!

Camila Trideli
Enviado por Camila Trideli em 05/07/2008
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