Psicanalista

Confortável poltrona que me acomoda

E me torna a medida certa

Para vidas incertas…

Os barcos que passam no horizonte

Quase sempre naufragando

Psicose ardente

Murmúrio e sofrimento

Reclamam do percurso traçado

E, normalmente, o desvio é inevitável…

Ah! situação dos privilegiados

Poder estar nesta poltrona

E não em outro divã…

Mesmo convivendo no limite extremo

Brumas noturnas, o veleiro desorientado

E no dia-a-dia me acho envolto

Nas tragédias do cotidiano…

Não sonho com os seus sonhos

Mas meu projeto se confunde

Ao de tantos outros…

Ah! situação dos privilegiados

Poder estar nesta poltrona

E não em outro divã…

Uma palavra mal dita, quiçá maldita

Um segundo sem registro

E lá estaremos nós

Novamente no oceano sem fronteiras

Num limite ilimitado…

Ah! situação de privilégios

Poder estar nesta poltrona

E não em outro divã…