VERSOS FÚNEBRES.
Desnudam-lhe!
Àquele corpo, nu, inerte, resfriando-se.
Quase em morte.
Acompanha-lhe nos últimos instantes,
A esperança, seguindo os mesmos ritos.
Quase sem vida.
Enquanto a Vida se esvazia.
A Perspectiva reluta, todavia.
Porém, se lhes vão apagando os cenários.
Nus de todo mostram-se
A Vida e a Esperança,
Jazidos!
O corpo de todo desnudo,
Desiludido, bane a esperança.
Não obstante, socorre-lhes o amor.
Sobre àqueles corpos tímidos,
Em nudez de sonhos, as vestes mortuárias.
Ornadas pelas desilusões!
Do hálito daquelas mortes,
Espargem-se versos fúnebres!
Que ressuscitam a Esperança e glorificam o Amor
Que é de todo e para todo o sempre – Eterno.