Um desabafo

Em outros termos, traduzo solidões.

Poeta nas horas vagas, aprendiz de sofrimento.

Homem de mesmas palavras, dores e lamento,

gramática precária e limitada.

Falta-me algum ensinamento.

Esvazio os porões da dúvida,

transcrevendo cada pensamento.

Do tempo faço um aliado,

sem nenhum ressentimento.

Há tempos ando amuado,

descrente da vida e do amor.

Há tempos pelos cantos, jogado,

curtindo esse dissabor.

Num instante qualquer de rebeldia,

condenarei num escrito a revelia

que agora me traz esse sofrer.

E aquela por quem tanto espero,

não será mais aquela a quem quero.

Preciso voltar a viver.

DAN ASSUMPÇÃO
Enviado por DAN ASSUMPÇÃO em 03/07/2008
Reeditado em 02/08/2013
Código do texto: T1063115
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