MARIA, MARIA
Maria de fibra, mulher
Que não ri, não canta e chora
Sua dor, seus lamentos, martírios
Instrumentos que a vida lhe deu
Para gritar, para amar e sonhar.
Maria sem nada, sem nome...
Sem pão, sem carinho. Maria que crê
Ser sua vida, luta, trabalho, labuta...
Que lhe molda a conduta de tanto sofrer.
Maria, mulher nordestina
Com filhos sem pai, mãe solteira...
Excluída, oprimida, santa, atrevida
Mulher heroína, brava guerreira.
Sua força definha e se acaba no nada
Só a morte lhe dá um descanso no chão.
Por direito, que habita no solo enterrada
Enquanto os grandes flagelam a Nação
Maria, Maria tua prece calada à força, ecoa
Os teus gritos bradados com ênfase entoam
Justiça e Paz! Amor! Liberdade! Cidadania!
É tudo o que querem as pobres Marias!