MARIA, MARIA

Maria de fibra, mulher

Que não ri, não canta e chora

Sua dor, seus lamentos, martírios

Instrumentos que a vida lhe deu

Para gritar, para amar e sonhar.

Maria sem nada, sem nome...

Sem pão, sem carinho. Maria que crê

Ser sua vida, luta, trabalho, labuta...

Que lhe molda a conduta de tanto sofrer.

Maria, mulher nordestina

Com filhos sem pai, mãe solteira...

Excluída, oprimida, santa, atrevida

Mulher heroína, brava guerreira.

Sua força definha e se acaba no nada

Só a morte lhe dá um descanso no chão.

Por direito, que habita no solo enterrada

Enquanto os grandes flagelam a Nação

Maria, Maria tua prece calada à força, ecoa

Os teus gritos bradados com ênfase entoam

Justiça e Paz! Amor! Liberdade! Cidadania!

É tudo o que querem as pobres Marias!

Paulo Tavares
Enviado por Paulo Tavares em 30/01/2006
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