Incômoda Paz
Que paz é essa que perturba minha alegria;
Que não pergunta se é bem-vinda;
E vem me deixar acomodada assim?
Por isso, pergunto: para que essa paz?
Se ela incomoda meu sono e me embriaga tanto!
E tantas noites, em claro, perdi, dormindo em paz.
Por que essa paz chegou e me domou?
Por que fez silenciar meus gritos através do tempo,
E algemou-me a uma letargia sem sentido?
Que paz é essa que não vai embora;
Que continua me rodeando aonde vou,
Que se instalou onde eu faria revolução?
Paz perturbadora, azucrinante, inconveniente;
Sufocante e estranhamente atemorizante.
Paz que extinguiu meus ideais e emudeceu minha voz.