[Voa, te Peço, Voa!]

Vamos — seca os teus olhos úmidos

de tantos males imerecidos,

e voa — não é preciso ter esperança;

apenas voa — escapa de ti mesma!

Foge nas asas da tua fragilidade,

não deixes que os teus anseios

sejam apenas sonhos inefáveis,

fantasias tramadas na solidão!

Norteia o teu pensamento para mim,

e voa — te espero! — não demores mais!

dividiremos a [velha] angústia e assim,

ela nem será tão má companheira!

_____________

[Penas do Desterro, 8 de maio de 2006]