CONVERSA
Estive ontem
Conversando com meu eu
Fiquei transtornada
Com o que aconteceu
Olhei para minh’alma
Tão cheia de cicatrizes
Deformada, cansada e triste
Com chagas ainda a sangrar
Contei cada cicatriz
Feitas ao longo de minha vida
As mais profundas chagas eu vi
Em minha alma ferida
Minh’alma estava murcha
Qual flor esquecida
Havia marcas estranhas
Por mim jamais vistas
Das chagas que ainda sangram
Fluía nome de pessoas
Seres que comigo vivem
Nesta vida não risonha
Mas nada disso importa
Se viverei eternamente
O que mais vale é o amor
Mesmo aquele inconseqüente
Na eternidade serei feliz
Não mais minh’alma terá cicatriz
Pois a vida de um poeta
É só amar e ser feliz.