DRIBLANDO e PEDALANDO

A bola ia e voltava

Pelo gramado verdinho

Passando de pé em pé

Num vai e vem rapidinho

Em busca de uma rede

Para fazer o seu ninho.

Sentia-se maltratada

Por alguns dos personagens

Que insistiam em batê-la

Ao invés de acarinhá-la

Por falta de habilidade

Ou por pura malandragem.

Quando fora do gramado,

Flutuando pelos ares,

Ficava imaginando

A sua aterrissagem,

Pelo peito até o chão

Com toda categoria

Ou um chute de canela

Cheio de aberração

Sem provocar euforia.

Os minutos se passavam

Como se fossem horas

Deixando todos nervosos

Pensando em ir embora

Porque a bola não entrava

Nem da área nem de fora.

De repente um menino

Com seu corpo franzino

Saiu do meio do campo

Fazendo tudo certinho

Foi driblando e pedalando

Pelo campo inteirinho

Driblou também o goleiro

E num chute certeiro

Fez com que aquela bola

Fizesse na rede o ninho.

Todos se levantaram

E o aplaudiram de pé

Renderam-lhe homenagens

Como se fosse ao Pelé

Queriam ver de novo

A jogada do garoto

E a bola em seu pé.

Poeta dos Mares
Enviado por Poeta dos Mares em 29/06/2008
Reeditado em 12/05/2010
Código do texto: T1057115
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