A deriva
Sair à deriva, assim, vagar, ir além,
sentir a brisa, pisar o chão, molhar os pés,
saber em si o sol que desenha no horizonte
a face da vida na cumplicidade que traz o bem.
Ser sóbria, mas nem tanto,
declamar tudo o que a alma vem sentindo,
rimar em verso e poesia a verdade da própria vida
alimentando o dia que traz o tom a um novo canto.
Ser nobre malabarista no palco que veste o artista,
transformar as marcas que desenham a face em riso,
ser alguém ou apenas viver sem rótulos ou vícios,
e de novo, ver algum outro dia amanhecer otimista.
Assim, ir além sentindo e vivendo o bem,
respirar recriando nos sonhos o que o poeta traz,
reescrever em rimas os versos que conclamam a paz
na verdade que chama a vida, destemida sempre vem.