Vendo minha vida pela janela
Vendo minha vida pela janela
Não entendi nada,
Quando, pela primeira vez, à janela
A vida toda estabanada
Meu contou que minha mãe era bela
A vida é bela
Depois vi passar o circo
A moça do trapézio e o palhaço
Não sabia que fazia tudo o que faço
Encantava-me meu mundo coberto de lona
Quero saber tudo o que vem à tona
Então chegou a vez da menina linda
Abriu-se, em meu peito, uma ternura infinda
Ainda não sabia o que era dor
Estava aprendendo o que era amor
Não existia a dor
Vi o dia, do sol chegar à lua
Desdobrei-me em outros eus
E a espécie perpetua
Nunca havia dado adeus
Ninguém se afastou, dos que eram meus
Mas antes que se debruçasse o escuro
Tinha que desfilar o féretro
E ainda que a um pagão ou a um puro,
Contaram dentro de mim
Que a vida...também tem fim
E a vida chegou ao fim