Vendo minha vida pela janela

Vendo minha vida pela janela

Não entendi nada,

Quando, pela primeira vez, à janela

A vida toda estabanada

Meu contou que minha mãe era bela

A vida é bela

Depois vi passar o circo

A moça do trapézio e o palhaço

Não sabia que fazia tudo o que faço

Encantava-me meu mundo coberto de lona

Quero saber tudo o que vem à tona

Então chegou a vez da menina linda

Abriu-se, em meu peito, uma ternura infinda

Ainda não sabia o que era dor

Estava aprendendo o que era amor

Não existia a dor

Vi o dia, do sol chegar à lua

Desdobrei-me em outros eus

E a espécie perpetua

Nunca havia dado adeus

Ninguém se afastou, dos que eram meus

Mas antes que se debruçasse o escuro

Tinha que desfilar o féretro

E ainda que a um pagão ou a um puro,

Contaram dentro de mim

Que a vida...também tem fim

E a vida chegou ao fim

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 29/06/2008
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