Tanto...

Na voracidade do teu pouso,

oh! poderoso pássaro,

perturbam-se meus seios,

como se neve os ornasse.

(entretanto, queimam de anseio).

Da leve sonata que tuas mãos

inventam em meu corpo,

oh! fugacíssimo mágico,

eis que no jardim antes adormecido,

desvela-se a ardente rosa.

No ritual arquétipo dos sentidos,

oh! gentilíssimo feiticeiro,

abrem-se os olhos do dia,

despertado, em pêlo,

pela melodia dos nossos gemidos.

És tanto de amor,

que refizeste o caminhar das horas.

Na cotidiana espera,

sinto que se demoram

mais, cada vez mais...