Do amor, quando acaba
De todo amor que se vai
fica o gosto bom,
a arder no céu da boca.
Ficam os dias cansados
dos atos de desfazer
sempre os mesmos laços.
Todo amor que se vai
deixa os retratos tortos
e os sonhos todos mortos
feito uma chuva que passou
e só tristeza e lama deixou.
Todo amor quando se vai,
deixa insones as madrugadas
e a alma ausente e fria.
Cessa a doce melodia,
enche a noite de silêncios
e as gavetas tornam-se vazias
assim como o coração
oco, dolorido e sem ilusão...