A INVASÃO SEGUIDA DE FURTO

Seus olhos macios e fechados para o sol

sua pele branca dourando ao sal

do suor que não quer evitar,

o sorvete que absorve na língua

de gata a se banhar.

É tão frio este dia de sol

que não quer me fazer mal,

usa dos braços para esquentar

e não quer saber dos riscos

que atravessam seu muro.

Só a corda recolhida não basta para impedir o resgate

O brilho é de verdade

a boca está doce

Teu sabor é de luz

que não se deve provar.

Não deveria ser maldade

essa flor sem espinhos

segura em tuas mãos

que não sabem cuidar.

Eu deveria ir embora,

mas minha memória inconsequente

precisa da imagem de nossas bocas coladas,

não se preocupe

foi apenas um furto de algo que não vai lhe fazer tanta falta.