FOI ASSIM

Caminhei despreocupado,

como se o começo dos dias

fosse feito apenas de águas metálicas fumegantes,

e reflexos dourados de pedras e pontes.

Como se não existissem figuras passantes,

levemente fora de foco aos meus olhos,

nesse seu anônimo e lento passar.

Como se, logo depois,

o seu reflexo não se perdesse

por entre as memórias que eu achava

e os sons da cidade, solarenga,

ao espreguiçar-se...

Caminhei despreocupado,

dias inteiros deambulando emoções

nas esquinas dos sorrisos das esquinas.

Á noite dormia profundamente,

embrulhado em sonhos de papel,

esvaído em linhas sem rasuras.

A saudade das linhas por escrever

dormia a meu lado. Prenhe...

Depois, voltei.

Pronto.