Lembranças
Nossas coisas são todas as mesmas.
Mesma fragrância, flores iguais, mesmo luar.
O espelho refletia a cor verde do teu olhar.
O antigo sorriso, a antiga expressão
de querer nunca parar.
Em teu semblante, a serenidade,
paz sonhada em meu leito distante.
Água quente, óleos e sais, brilho de lua.
Um espaço minando da janela
cascata a nos filmar
Deito então minhas mãos
espontâneas em tua direção,
desígnio supremo
de te afagar.
Mergulho teus olhos, sedentos de amar.
E era tão grande a saudade naquela canção,
nosso solo rouco de violão,
que aos poucos e completamente loucos
fomos nos desfazendo,
feitos estrelas lívidas esmaecendo.
Entregues feitos as ondas
que percorrem dóceis a areia.
Andrea Cristina Lopes - Curitiba/Paraná