Chuva de Alpendre

Em cada gota, um desejo meu...

O anseio de ser orvalho

A nostalgia do coaxar

A eternidade no capim que cresce,

já provocando dor no homem avesso.

A firmeza vencida pela fluidez

O homogêneo ao invés do distinto

O silêncio que paira e incomoda

o coração de um fraco.

A esperança do verde frustrado, frente ao

parto de cores novas e infantis...

A voz da chuva não atende a ordem dos apressados...

Ela se apressa em ser só e bela!

E fala... E canta... E revela...

E acalenta os ponteiros de um marcador antigo!

Porque o homem é agora...

Mas o receio é de sempre!