DEUS, O INEFÁVEL QUE INSPIRA

O poeta é um ser que ama e sonha

Que paquera o inefável e o conquista

Casam-se ambos e juram fidelidade

Interagem e chegam ao êxtase

No berço eterno do infindável, contraídas as núpcias,

Concebe o poeta e a gestação atribui honra

Cada colorido no céu tem como um salto no ventre

E ao assopro da brisa assemelha o choro dum recém-nascido

Cada minuto é uma hora e cada hora, uma eternidade

Que se finda na concepção duma poesia

No âmago da alma é nutrido o germe

Ao fim de tempos, se prepara o poeta para as dores

O parto começa com a primeira letra

E termina com a assinatura

Cada palavra rejeitada, grita de dores o poeta

E uma gota de suor mancha o papel

O recém-nascido o encanta, e ele se esquece das dores

Todo o poeta ama os seus filhos, mas nunca se satisfaz com eles

Mal os dá à luz, à câmara retorna, na busca do inefável

Ser poeta e ter um “coração de mãe”:

“Sempre aberto a uma nova poesia”

Denílson Nunes
Enviado por Denílson Nunes em 28/06/2008
Código do texto: T1056073
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