CONTO

Conte

Um conto

Que não tenha

Ponto.

Sem dor,

Amor,

E até mesmo

Sabor.

Sem guerras,

Mazelas,

Feras,

E donzelas.

Mas conte

Sem pressa,

Sem medo de perder

O último capítulo da novela.

Viva cada

Vírgula,

Imaginado nas reticências

Como será o desfecho

No final.

Entre aspas

Sonhe com o herói,

Que não descansa

Nem no ponto e vírgula.

E odeie o vilão,

Que não morreu no fim

Do parágrafo,

Conseguindo fugir

Para a última página.

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 29/01/2006
Código do texto: T105593
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