O INOCENTE

Nada mais importa agora,

fostes, em festivos tempos,

o amor. Varrido pelos ventos,

desapareceu, mundo afora...

Foi até o instante derradeiro,

como um infausto sonho.

Entretanto, quando risonho,

desafiava o mundo inteiro.

Soluços já não são ouvidos,

a porta fechou-se de repente.

Por trás dela, e pela frente,

ouvem-se só roucos gemidos.

Quem reina no inconsciente,

e vulgariza em torpe comédia,

Ridiculariza sem fazer média,

e desilude o pobre inocente...

Marco Orsi