MEDO VIVO

Eu vivo como um peixinho

Num mar aberto de mistérios

Sou frágil e tenho medo

Não me chame para perto de ti,

Pois, talvez, eu queira ficar aqui.

Teu olhar cheira a sangue,

E de sangue sou totalmente feita.

Vivo a temer a morte,

E a temer os desafios da vida.

O mundo é mistério,

Todos são misteriosos.

Eu fico presa em mim

Como ave sem asas.

Tudo me assusta,

Tudo me petrifica.

Eu vivo como um ratinho assustado,

Acusado por roubar queijo que não provei.

Meus olhos grandes contêm, sim,

Toda a covardia que nasceu comigo.

O tempo segue, e eu o seguro firme.

Um dia, quem sabe, eu possa cair

E, enfim, eu possa esquecer tudo.

LLP
Enviado por LLP em 27/06/2008
Reeditado em 01/04/2009
Código do texto: T1054416
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