MARCAS TRILHADAS
Pelas andanças da vida
deambulante do tempo de nada
ser
caminhante noturno
a deriva
passos perdidos em ruas tortuosas
em corpos entrelaçados
pela fome de ser amor
para saciar a fome da solidão
avassaladora e angustiante
que amargava peito
em lágrimas caindo face
no escondido de si,
nas penumbras do oculto
para se calar no nada de si.
Caminhadas....
Passos errantes
sangrando em cada curva
sua dor incontida
de uma alma buscadora
sempre na espera de um
novo amanhecer onde o sol
pudesse brilhar as trevas
do desamor,
dos passos pisados em areias
movediças
onde deixava seu sangue
como marca de uma passagem
que se foi e nunca mais lembrado
nem pelo cheiro fétido
das feridas latejantes,
dos acoites
das pancadas
e lanças perdidas
nesse caótico caminhar.
- Zelisa Camargo -
28.06.04
09.32