NEBLINAS

Quando me derramo em sonhos

Apenas percebo ausências que nunca as tive

Busco tocar com as mãos, sombras, cores e amores

Em quase nada relembro você a não ser em lentidões

Tenho manchas em todo o corpo, em cores difíceis de pincelar

Meu amar se tornou rebelde, e meu sorriso apenas espelho

Remarco os preços do passado e liquido tudo sem entradas

Desmancho as estantes das lembranças, recolho o lixo das mágoas

E torno a buscar o travesseiro caído ao chão.

Recosto nele os pés e me abraço a novos tormentos!

Solidão!!!

E em novo sonho me torno barqueiro só pra te levar.

Sem nada no silêncio da incerteza,

Nos encontramos partindo para a outra margem.

Longe!!!!!

Onde ninguém vê quanta ternura, quanto carinho, abraços e beijos.

Porque sempre desaparece o barco, sob a neblina de todo sonho .

Jaak Bosmans 5-5-2008