DESEJO
Santos os que não conhecem
Fagulha sequer
Do tão temido Pecado,
Pois a eles pertencem os prazeres
Mundanos.
Tranqüilos os que não conhecem
Fio
Da temida luxúria, pois a eles pertence
A vida.
Sorte dos que não conseguem sentir,
No fundo de suas entranhas,
Faísca de remorso, pois a eles está reservado
Nosso quisto paraíso.
Felizes são os que não têm consciência,
Pois a culpa dos mortais
Não lhe faz par
Nesta vida, ou n'outra.
Pleno, Tu, ò Criatura,
Que não vislumbra a Moral dos demais
E vive sob a sombra do teu mais íntimo
E voraz Desejo!