SENHORA

Senhora, hoje quase não olhei pro céu,

e, no entanto ele estava límpido como seu manto,

baixei os olhos diante de tudo e de todos,

mas não foi de vergonha ou de medo,

de mágoa ou de terror,

simplesmente me achei pequeno,

sem forças, sem caminho, eu só!

Mas queria te dizer, senhora,

que... Se vi muitas sombras,

nenhuma me escondeu de ti,

essa impotência diante dos seus desígnios,

coloca-me ao lado dos pequeninos,

que a ti tudo pedem sem olhar a beleza do teu olhar.

Onipresente olhar, que a todos vê e cuida,

olhar de mãe, olhar de perdão.

Das rosas que te pedir, me bastam os espinhos,

dá as flores às crianças, aos velhos, aos doentes,

sei de que pouco preciso, senão;

A vida para lutar e meu amor para seguir.

Vou me recolher ao meu mundo,

mas quero que saiba, virgem!

Que apesar de meus olhos baixos,

posso divisar sua mão sobre mim,

e sua luz protegendo meu amor.

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 25/06/2008
Reeditado em 28/07/2010
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