LÁGRIMAS COLETIVAS

LÁGRIMAS COLETIVAS

Juliana S. Valis

Mais uma vez, cerca-nos a realidade,

Enquanto a violência corre pelas ruas,

Como um pranto que já nos invade,

Sem digerir as intempéries cruas,

Sem discernir, no caos de uma cidade,

Onde estão as lágrimas e palavras suas...

E toda chama de esperança humana,

Toda dor que se converte em vida,

Todo amor que a alma nos aclama,

Um dia, pedem uma só saída,

Perguntando ao tempo se a tolice plana

Será vencida pela paz altiva...

Indefinida, pois, é a correnteza

Dos dias céleres que nos levam sós,

Tentando ver onde não há tristeza,

Onde o coração tenha sua própria voz,

Na emoção que esconde a sutileza

Da grande incógnita embutida em nós.