Nova lei
Quero agora os olhos de malícia cega
Cuja mira é nenhuma,
Que de prazer é o alcance máximo.
Do meu gesto se encante o mundo
Mas pobre do mundo que se encantar
Este corpo nem mais suspira
Pisa, cospe e cria outro lugar.
Os velhos olhos de esmola levou a memória
Ela sim, bom uso fará
Que a dor e a misericórdia própria
Com os olhos, ela há de enterrar
Que à hora já é hora de gozar
Pular da pedra e rir do mar
Rir da onda que jurou navegar
E meteu-te as fuças na areia
Pois a onda é onda do mar
O que promete o mar é mentira
O mundo que se encanta é mentira
Mais vale comê-lo e fazê-lo rastro.
Agora navego meu mastro
Cá do alto quem me navegue,
goste.
Depois há de se afogar
Porque eu vejo nada
Nem desculpas nem contos de fada
A nova lei é gozar.