“ÁRDUO GEMIDO”.

        

 

Vai-te, e deixa-me só!

Com o meu amor sincero,

Um dia brilhará o sol...

Então já não mais lhe espero.

 

Igual um bêbado na rua

Com o seu bafo medonho,

Com a sua verdade nua e crua

Enquanto ébrio é um sonho.

 

Mas, a realidade é triste;

O seu teto é o azul do céu,

Finge até que nada existe;

E dorme jogado ao Léo.

 

Mas é lúcido o seu amor

Que traz no peito sofrido,

Embora é tamanha a dor

O semblante entristecido.

 

Já não resta mais rancor

Foi-se, no árduo gemido,

Às vezes, é trovador...

De um amor já esquecido.