A COR DE SÃO PAULO

Há tempos te vejo

pelo retrovisor,

te vi, não te olhei

não percebi

que continuastes a mesma.

Indescente,

Impoluta

Inacessível

a milhões que vive em teu seio.

Caminhando novamente,

perambulando

Por tuas ruas,

Vejo que tamanha formosura

modificada

em nova arquitetura.

Mudastes apenas teu envolucro

continuas com os mesmos problemas

crianças,pedintes,

mendigos e malandros

e o transito paralisado

tudo no farol.

Prostitutas

Nas ruas

Prédios inteligentes,

Robocops,elevadores

Panorâmicos, hotéis

Marginal engarrafada

Puteiros de luxo.

Carros, esquinas

Podridão.

Conservadores

Andando na contra-mão.

Bares, buracos

apartamentos

Luxo e lixo

lado a lado.

Bairros sem casas,

Passeios sem lares

Pessoas sem lar

Somente bares,

manobristas

Por tuas ruas a manobrar.

Em teu seio nada importa

Tudo em ti se suporta.

As Vilas

sem casas,

Olímpia e Madalena

com bares

e muvucas

Trânsito

bares

mulheres

fúteis,

inúteis

procurando

e não encontrado

Tigrões

Mauricios

Patrícias

Morenas

Loiras

Ruivas

Japonesas

Festas

Cervejas

Baladas

Hipocrisia

E crianças

Que não ria.

Na hipocrisia

Daquela alegria

Sem dicotomia

Que ninguém via,

nenhum carro ia,

ACORDA!!!

A... CORDA

A COR DA

paralisia

vias

e teus

véus

de sangue

em tuas luzes,

olhos teus

vermelhos,

de dor,

da violência,

de pobreza,

de riqueza,

de amor

pelos filhos

teus,

ACORDE

do teu som,

buzinas

calidas

e estupidas

ACORDE...

A COR DE

A

COR

DE

SÃO PAULO.

12/2007

Marcos Hermano
Enviado por Marcos Hermano em 23/06/2008
Código do texto: T1047826
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