Minha vida gira, gira, gira!

Minha vida gira

Gira, gira!

E nada!

Só o vácuo

Esse vazio que me consome!

Meu rumo, meu norte:

O nada!

Sentido? Que sentido?

A vida é meu único sentido!

Meu caminho

Meu rumo, meu porto!

Desabo em pensamentos,

Angústias metafóricas,

Em sorrisos falsos

Permeados por um desânimo desfalecente!

Sinto-me fugir de mim

E ao mesmo tempo

Refugio-me em mim mesmo!

Sou meu próprio esconderijo,

Minha caverna escura

Que me abriga,

Protege-me desse meu redor desordenado!

A mesmice assusta-me,

Enquanto a ignorância me apavora!

Meus dias são noites,

E minhas noites se fazem dia!

Minh’alma chora!

Incompreende o mundo.

Faz sentir-me um discípulo

De Byron!

Um Lord egocêntrico!

Que vagueia pelo pensamento

Luar afora!

Um simbolista que sopra

Melancólicas notas a um violão choroso

Emoldurado em divagações claricianas!

Ah! Nobre Clarice!

Só tu me compreendes!

Só tu pensas o mundo,

Só tu o vês como eu!

Queria chorar um rio de lágrimas!

Entoar uma simples canção.

Mas nem isso!

Nada!

Minha vida gira,

Gira, gira!

E nada!

Apenas mais do mesmo!

Valter Queiroz
Enviado por Valter Queiroz em 23/06/2008
Código do texto: T1047113
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