Minha vida gira, gira, gira!
Minha vida gira
Gira, gira!
E nada!
Só o vácuo
Esse vazio que me consome!
Meu rumo, meu norte:
O nada!
Sentido? Que sentido?
A vida é meu único sentido!
Meu caminho
Meu rumo, meu porto!
Desabo em pensamentos,
Angústias metafóricas,
Em sorrisos falsos
Permeados por um desânimo desfalecente!
Sinto-me fugir de mim
E ao mesmo tempo
Refugio-me em mim mesmo!
Sou meu próprio esconderijo,
Minha caverna escura
Que me abriga,
Protege-me desse meu redor desordenado!
A mesmice assusta-me,
Enquanto a ignorância me apavora!
Meus dias são noites,
E minhas noites se fazem dia!
Minh’alma chora!
Incompreende o mundo.
Faz sentir-me um discípulo
De Byron!
Um Lord egocêntrico!
Que vagueia pelo pensamento
Luar afora!
Um simbolista que sopra
Melancólicas notas a um violão choroso
Emoldurado em divagações claricianas!
Ah! Nobre Clarice!
Só tu me compreendes!
Só tu pensas o mundo,
Só tu o vês como eu!
Queria chorar um rio de lágrimas!
Entoar uma simples canção.
Mas nem isso!
Nada!
Minha vida gira,
Gira, gira!
E nada!
Apenas mais do mesmo!