Tudo do tamanho de quase nada
Fico acreditando no que me dizem
Que estou em caminho acertado
Que não é sandice o amor declarado
Mas há beleza e inspiração em tudo nem
Sigo piamente crente na luz avistada
Que iluminaria almas tantas, o mundo
Que se deliciaria a cada linha postada
Que se acabariam os desvãos profundos
Então me dou conta de quão vasta
É a petulância, que infla assim o ego.
Tanta ignorância se afetando casta
Nem desejando assim tanto desapego
Sonhos tão acima de mim, que não vôo
Dão-me noção exata do que sou acordado
(Motivado em Vaidade, de Florbela Espanca)