Despedida e murmúrios
Não sei lidar com a morte,
mal sei lidar com a vida!
Por que então ousaste
adiantar a tua ida?
Fico angustiada em despedidas(tu sabes),
não sei como acabar, se devo acenar,
se te dou um abraço, se te levo uma flor,
e em nada me coopera este meu humor.
Esta tua saída tão repentina
e tão depressa por entre as cortinas
só me permite fazer uma encenação grotesca
de conformação por toda a minha rotina.
Já chorei e me afundei em lágrimas,
até gritei o que a minha alma sussurrava.
Lamentei-me porque esta dor não acabava.
Até que lembrei-me, do quão admirava tua calma...
Pensei em me livrar de uns retratos,
quis afastar de minha mente todo fato
que me remetia a ti, ou a qualquer coisa tua...
Mas não consegui... Podre verdade nua e crua!
Procurei preenchimentos,
debrucei sobre padecimentos,
e sofri e senti ainda mais
entregando-me a coisas banais.
Ah , por fim, meu amigo,
penso que levaste contigo
de mim um pedaço
a qual sem ele mal passo.