Despedida e murmúrios

Não sei lidar com a morte,

mal sei lidar com a vida!

Por que então ousaste

adiantar a tua ida?

Fico angustiada em despedidas(tu sabes),

não sei como acabar, se devo acenar,

se te dou um abraço, se te levo uma flor,

e em nada me coopera este meu humor.

Esta tua saída tão repentina

e tão depressa por entre as cortinas

só me permite fazer uma encenação grotesca

de conformação por toda a minha rotina.

Já chorei e me afundei em lágrimas,

até gritei o que a minha alma sussurrava.

Lamentei-me porque esta dor não acabava.

Até que lembrei-me, do quão admirava tua calma...

Pensei em me livrar de uns retratos,

quis afastar de minha mente todo fato

que me remetia a ti, ou a qualquer coisa tua...

Mas não consegui... Podre verdade nua e crua!

Procurei preenchimentos,

debrucei sobre padecimentos,

e sofri e senti ainda mais

entregando-me a coisas banais.

Ah , por fim, meu amigo,

penso que levaste contigo

de mim um pedaço

a qual sem ele mal passo.

Camila Trideli
Enviado por Camila Trideli em 20/06/2008
Reeditado em 20/06/2008
Código do texto: T1043064