Pedaço de tudo
Não sou eu mesma,nunca serei eu mesma
Pois há de ser um todo em um só
Um só que nunca estará completo.
Que graça haveria em ser eu em toda a vida
A mesma rotina,a mesma pessoa
O objeto estagnado no relógio do destino?
É claro que sou eu,mas serei a verdade em mim
A que não sou uma ,sou de um todo e de um tudo
Pois que liberdade buscariamos se cada um
Fosse si mesmo e bastasse somente isso?
Nada além do mistério de ser eu mesma
Eterna agonia de não saber quem sou.
Mas penso que a vida é um eterno jogo
E a cada dia posso ser um personagem diferente
A metamorfose complexa,a realidade incondicional.
Sou menina,sou mulher...Sou um homem,um menino
Sou a lua,as estrelas...Sou o mar e a imensidão
Brinco de fazer escolhas e às escolho em brincar ou não.
Sou o silêncio mas dentro esconde-se um grito
Penso então que mau tem em ser quem quero ser?
Sou a gargalhada,o choro reprendido,a tristeza,a felicidade
Sou a mente brilhante...A desentendida...A melhor ou a pior...
Quem seria se não houvesse as contradições da vida?
As retrições e a liberdade que criei?
Quem seria se não todas as coisas deste mundo?
Se não todas as pessoas desta vida?
Amar a arte de ser a palavra e o tempo
Amar ser de um tudo,um todo,um pouco do mundo.