A tua imagem
Aonde quer que eu vá
A tua imagem a me acompanhar
É uma navalha afiada que impiedosamente corta
A alegria em mim já semi-morta
Sem dar explicações, sem ter motivos
Imperiosa, ardilosa, olhos altivos
Incansavelmente ela me persegue
Por mais que eu não te deseje, por mais que eu te negue.
Reflito: o que fazer para extirpar
A tua imagem que tanto me incomoda e me faz chorar?
Chego à conclusão de que
Para que eu possa, sentimentalmente, me reerguer
Preciso suportar e superar esse sofrer
Encontrando uma mulher que possa entender
Que tal superação vai depender
Do amor que ela possa dedicar
E nessa vivência-superação do acontecido
Venhamos nos entregar sem lembranças amargas
De um passado mesquinho, crepuscular.
Autor: Edson Barreto Lima
Euclides da Cunha - Bahia
Junho de 2008