Na ponta do instante.
Passo a minha vida sobre a estante,
É pó na ponta da alma,
É sujeira do tempo,
Há tempos não movimento,
A alma sobre a colisão,
E parada em violência,
Vilipendiada, alma não refaz,
Deixo em revirada,
Vida em instante,
Inconsciente de levar,
E janela que fechada,
Não deixa ventania passar,
Presa entre vontade e falta,
Nesse canto, uma planta,
Logo abaixo, meu pranto,
Represa olhar,
Passo os dedos sobre a poeira,
Logo em cima da estante,
No momento exato, instante.